Os satélites geo-estacionários que hoje congestionam o Cinturão de Clarke, orbitando em torno de nosso planeta a cerca de 36.000 km de altura, sobre o equador terrestre, têm sido cada vez mais um veículo de integração nacional em nosso país e porporcionam também a integração continental, pela presença sobre o Brasil de níveis de EIRP de sinais FTA (free-to-air) transmitidos por diversas operadoras de TV satélite, que podem ser livremente captados com uma antena parabólica de Banda C ou de Banda Ku.
Satelites também são resposáveis pela banda de internet em muitos lugares, o que permite o acesso a milhares de conteudos sem sair do conforto da sua casa.
Inicialmente, o Brasil, através de suas grandes redes e televisão e de suas transmissões analógicas FTA a todo o território nacional, viu um cescente povoamento das cidades e interior rural, com as antenas parabólicas da Banda C. Hoje, são milhões de antenas espalhadas por esse Brasil, das quais se valem as grandes redes de televisão para atingirem os milhões de brasileiros que habitam a imensidão de nosso território, não só levando a sua grade de programação, mas também levando as mensagens dos anunciantes, promovendo a circulação da riqueza nacional, através do consumo dos bens e materiais que os anúncios provocam. A presença do sinal de televisão distribuido pelas satélites em todos os recantos de nosso território tem sido um fator de integração nacional e essa mesma estrutura satelital permite que a televisão de cunho educativo possa ser utilizada para melhor alfabetizar as áreas carentes de estrutura escolar. A televisão FTA é um avanço que não comporta retrocesso.
Se, nos primórdios da transmissão via satélite, No Brasil, predominou a transmissão analógica em Banda C, hoje caminhamos para um equilíbrio futuro das transmissões em Banda C e Banda Ku, dado o elevado número de satélites que oferecem serviços na faixa de 10-12 GHz. Mais do que evoluirmos da Banda C para a Banda Ku, o avanço da tecnologia vai possibilitando substituir, em um futuro não muito longinquo, o padrão analógico pelo padrão digital que, desde o início da década de 90 foi predominante nas operadoras estrangeiras, enquanto o Brasil, por questões de conveniência das grandes redes, ante o custo econômico para a migração do analógico para o digital a que estará sujeita a grande massa da população de baixa renda com seus milhões de equipamentos analógicos instalados. No entanto, o aumento do poder aquisitivo e a queda no custo das instalações, certamente determinará o fim do padrão analógico, prevalecendo o digital em todas as cadeias.
Se a TV via satélite FTA tem sido um veículo de integração nacional, unindo as diversas regiões do país, não é menos verdade que ela proporciona a integração entre os países latino-ameicanos, sobretudo das Américas do Sul e Central, dado o elevado número de transmissões FTA que são captadas no Brasil, não só em Banda C, como também em Banda Ku. Hoje, é possivel termos em nossas casas, não só o sinal das grandes redes brasileiras, como também canais do Uruguai, da Argentina, do Chile, do Equador, da Bolívia, da Colômbia, do Peru, da Venezuela, do México e de Cuba, sem contarmos com canais europeus, africanos e asiáticos que, para atingir a imensidão de seus emigrantes, também transmitem canais de livre recepção.
A proximidade dos idiomas português e espanhol permite uma maior integração entre os países e povos latino-americanos que desfrutam, entre si, do conhecimento de sua língua, de seus constumes, de suas tradições, ao receberem esses sinais televisivos via satélite. Não só podemos receber esses sinais, como nossos vizinhos latinos podem receber os sinais de geração brasileira, que são transmitidos de nossos satélites da série B e C e atingem as suas regiões, ao longo desse continente sul e cento-americano.